quarta-feira, 30 de setembro de 2015

Basquete - Parte II

Depois de anos de blog parado, resolvi dar continuidade a ele a partir de hoje. Retomemos, então, de onde havíamos parado. Basquetebol!!!

Objetivo:

O objetivo do jogo é, ao fim, dos 40 minutos ter marcado mais pontos do que o adversário. Em cada metade do jogo, cada time defende um lado do campo, com sua respectiva cesta, e ataca o lado contrário. Após o segundo quarto (primeira metade do jogo) os lados são invertidos. Os pontos são marcados fazendo a bola entrar, de cima para baixo na cesta defendida pela equipe adversária. Por "entrar" entende-se a passagem da mais mínima parte da bola pelo plano horizontal do aro. Ou seja, se apenas uma parte da bola utrapassa o plano do aro de cima para baixo, mas em seguida a bola tem seu movimento interrompido (por um jogador ou qualquer outro fator) a cesta é validada mesmo assim. O valor em pontos de cada cesta é variável:

3 pontos: se a bola é arremessada por um jogador posicionado fora da área delimitada pela linha de três pontos.

2 pontos: se a bola é arremessada por um jogador posicionado dentro da área delimitada pela linha de três pontos
1 ponto: se a bola é arremessada a partir de um lance livre.


Um arremesso de três pontos

O que é um lance livre eu explicarei posteriormente. Observe-se agora o segunite: a posição do jogador para definir se o arremesso valerá 2 ou 3 pontos é auferida em relação ao último ponto da quadra em que o jogador esteve em contato com o solo. Ou seja, se um jogador tocando o solo fora da linha de três pontos salta e, durante o salto, isto é, em pleno ar, faz o arremesso, ele valerá três pontos - caso seja certeiro, é claro - mesmo que o jogador aterrisse dentro da linha.

"Cestas contra" só existem acidentalmente (por exemplo, a bola bate nas costas de um jogador e no movimento de retorno entra na sua própria cesta). Se um jogador pirar e resolver deliberadamente marcar uma cesta contra sua próprio timo, esta não valerá, e o jogador terá cometido uma violação.

Condução da bola:
Como dissemos na primeira postagem da série, o objetivo de Naismith era criar um jogo dinâmico e com pouco contato físico. O problema era: é muito difícil tirar sem violência a bola de alguém que a esteja segurando nas mãos. A solução encontrada: restringir a movimentação do jogador, de modo a obrigá-lo a realizar movimentos (passes e quiques de bola) que facilitem a mudança da posse de bola.

A regra determina que nenhum jogador pode andar ou correr segurando a bola entre as mãos. Consequentemente, após conseguir a posse de bola - seja recebendo um passe de um companheiro, interceptando um passe de uma adversário ou recolhendo uma bola viva que esteja solta sem estar na posse de ninguém - o jogador tem três opções: a) efetuar um passe para um companheiro; b) efetuar um lançamento em direção ao cesto; c) efetuar um drible.

No linguajar do basquete, "drible" significa um movimento ou série de movimentos realizados pelo atleta quicando a bola no chão. Enquanto efetua os quiques o jogador pode se deslocar mantendo a bola sob controle. Tais quiques, entretanto, devem ser contínuos, sem que o jogador segure a bola com as duas mãos entre um movimento e outro (lembrando sempre que é proibido andar enquanto segura a bola entre as mãos). Quicar a bola no chão, segurá-la com as duas mãos e quicar novamente é uma violação chamada "drible duplo".

Não ocorre drible duplo se o jogador segura a bola com as duas mãos no intuito de recuperar o controle acidentalmente perdido. Por exemplo: a bola quica de maneira estranha e vai para longe do jogador ao invés de voltar para sua mão. Ele corre e a segura antes de qualquer outro jogador e logo em seguida quica novamente no chão. Como o a segurada da bola foi para recuperar o controle perdido, o jogador não estará incorrendo em drible duplo. Obviamente, cabe ao juiz julgar, em cada caso concreto se o jogador de fato perdeu o controle da bola de maneira acidental e involuntária ou se está tentando usar propositalmente de um subterfúgio para violar a regra.

Resumindo: você só tem uma oportunidade por vez de se deslocar com o controle da bola quicando-a ininterruptamente no chão. No momento em que a sequência de movimentos é interrompida (ao segurar a bola com as duas mãos) suas duas únicas opções passam a ser: passar para um companheiro ou arremessar à cesta.


Além disso, é proibido acertar a bola propositalmente com os pés ou com o punho fechado.



Jogador driblando


Andar:
Quando as regras dizem que é proibido andar com a bola nas mãos, elas querem dizer algo bem específico. Para o basquete "andar" significa "retirar o pé de pivô do chão".

Retirar o quê!?

O pé de pivô de um jogador é definido da seguinte forma. a) se o jogador está com apenas um pé no chão quando adquire a posse de bola, esse pé é o pé de pivô. b) se o jogador está com ambos os pés no chão quando adquire a posse de bola, espera-se que ele retire um dos pés do chão. Ao fazê-lo, o pé contrário (o que permaneceu no chão) se torna o pé de pivô. c) se o jogador não está com nenhum pé no chão (ou seja, durante um salto) ao adquirir a posse de bola, espera-se que ele aterrisse. Se aterrissar com um pé tocando o chão primeiro que o outro, vale o que dito na letra "a", se aterrissar com os dois pés tocando o chão simultaneamente, vale o que dito na letra "b".

Como a proibição de "andar com a bola na mão" se restringe na verdade a "tirar o pé de pivô do chão com a bola na mão", na prática isso significa que o jogador pode girar ao redor do próprio pé de pivô (mantendo-o fixo no chão) enquanto segura a bola com as duas mãos, procurando uma posição mais apropriada para lançar ou passar.

Ok, tudo isso acontece com o jogador em pé, mas e se ele estiver caído?


Bem, se o jogador estiver deitado ou sentado no chão ele pode adquirir a posse de bola, mas não poderá levantar-se com ela, devendo efetuar um passe ou arremesso antes de se pôr de pé. O mesmo vale se ele já estava com a posse de bola antes de cair.

Violações:


Além da "andada" e do "drible duplo" existem outras infrações às regras denominadas violações. Como se punem as violações é assunto para o próximo post, por hora vamos ver quais são elas.

Regra dos três segundos: um jogador da equipe atacante (isto é, a equipe que tem a posse de bola) não pode permanecer mais de três segundos consecutivos dentro do garrafão da equipe adversária.

Regra dos cinco segundos: um jogador que tem a posse de bola, e que se encontre marcado por um adversário a um metro de distância ou menos, deve passar, lançar, ou driblar em no máximo 5 segundos.

Regra dos oito segundos: uma equipe que obtenha a posse de bola na sua metade (defensiva) da quadra tem até oito segundos para fazer a bola chegar à metade oposta (ofensiva).

Regra dos 24 segundos: uma equipe que obtenha a posse de bola dispõe de apenas 24 segundos para efetuar um arremesso em direção à cesta. Em jogos profissionais, um cronômetro regressivo visível acima de cada tabela indica para todos os jogadores em quadra o tempo disponível para o arremesso.



Regra do retorno: uma equipe que faz a bola passar da linha de meio de quadra, saindo de sua metade defensiva na quadra e entrando na do adversário, não pode fazer a bola retornar para a sua metade da quadra.

Regra da interferência: um jogador não pode tocar na bola se: a) a bola encontra-se em trajetória descendente em direção ao aro (cabe ao juiz avaliar se a bola estava ou não indo "em direção ao aro"); e b) a bola encontra-se acima da altura do aro. Também não pode bater na tabela ou aro de qualquer forma quando a bola encontra-se em contato com eles, de modo a tentar interferir na trajetória da bola. No caso de essa violação específica ser cometida pela equipe defensora, serão concedidos à equipe atacante os pontos correspondentes à cesta, como se esta tivesse, de fato, entrado.



Detalhe para o relógio de 24 segundos ao fundo


Na próxima postagem, as faltas e os inícios e reinícios de jogo. Até lá....